The Creative Cyclist Luiz Kuhlmann

O quadro The Creative Cyclist basicamente se constitui em convidar pessoas que inspiram e que tenham algum vínculo

com o ciclismo. Nosso querido Luiz Kuhlman, profissional premiado, designer projetista de bicicletas,

que coleciona, ao largo de décadas de trabalho árduo, sucessos absolutos, como realizar a lendária

Alfameq Ghibli, criar à partir do zero, uma vasta linha de alta performance para Audax Bikes e também outros

importantes projetos mais rescentes.

Luiz Kuhlmann

Alfamaq Ghibli

1 Conta um pouco mais sobre sua trajetória dentro do universo de bicicletas?

A bicicleta faz parte da minha vida desde a infância mas foi em 1989, quando entrei na Monark, que a minha trajetória profissional com as bikes começou. Foram apenas três anos mas em uma época em que o MTB estava crescendo e a bicicleta começava a ser discutida como solução de transporte urbano. Então foram três anos bem produtivos. Pouco do que eu desenvolvi naquela época foi para as ruas, mas aprendi bastante.

Quando saí da Monark no inicio de 92, vieram projetos de consultoria como o kit de quadro Alfameq Ghibli, os aros de alumínio Technall, e outros trabalhos.

Passei por CR (Harpy), Sundown Bikes, Houston Bike, Sundown Motos (minha outra paixão), tentei ter uma marca própria de quadros de alumínio, a KWM, que por falta de recursos durou pouco.

Depois voltei para a Sundown para desenvolver os produtos Inofit Fitness.

em 2010 comecei a me envolver com o desenvolvimento de e-bikes, depois passei um período na RC Bikes, Soul Cycles e em 2014 fui para a Audax, onde pude realizar um dos trabalhos mais gratificantes da minha carreira.

Em 2019 voltei para SP, onde iniciei o projeto da Cadence Bikes com o Fabrício Fernandes, mas no inicio de 2021, com os lead times de alguns componentes já beirando os 500 dias, tive que abrir mão do projeto para voltar a trabalhar como consultor.

2 Com o mercado em grande ascensão, como você enxerga o futuro da indústria nacional de bicicletas ?

Eu sou bem cético em relação a isso pois acredito que a indústria só evoluirá com mudanças políticas e fiscais.

Quando o momento atual passar, se não houver uma adequação na carga tributária, se continuar o desequilíbrio que há entre as indústrias localizadas em Manaus e as que estão espalhadas pelo resto do país, vamos voltar para o mesmo patamar de antes.

2 O que a bicicleta representa pra você?

Vida

3 Como você concilia o esporte em meio ao cotidiano, com tantos projetos ainda sobra tempo para pedalar?

Eu parti para o Desenvolvimento de Produtos porque não nasci com um biotipo privilegiado para ser um atleta.

Mas eu pedalo regularmente, gosto de testar todas as bikes que desenvolvo, principalmente aquelas que tem a geometria e os materiais especificadas por mim.

MTB, Road, Gravel, Urbanas, e-Bikes, gosto de todas.

De vez em quando participo de alguma competição para me desafiar.

Hoje tenho uma MTB hardtail com quadro de alumínio.

4 Qual momento ou lugar inesquecível que a bicicleta já te levou?

Pedalando uma, ou por causa da bicicleta eu seria injusto se escolhesse apenas um momento ou lugar inesquecível.

Pode ser engraçado mas, eu também vou junto com as minhas criações quando vejo alguém enfrentando uma viagem solo, como o Gui Neves fez, corro junto com os atletas que as utilizam em competições, como o Gustavo Jorge, amigo e piloto de testes, desde a época da Monark.

Enfim, sou grato a Deus por me permitir trabalhar com o que amo e poder proporcionar um estilo de vida saudável e sem limites aos que pedalam uma bike que eu ajudei a colocar no mercado.